terça-feira, 9 de agosto de 2016

Realidades

Estive pensando esses dias que, em virtude da viagem, conhecemos tantas realidades que fica impossível não ficar maravilhado com a diversidade de seres humanos e histórias que existem por aí.
Conhecemos uma espanhola doutorada em neurofisiologia que lecionava na universidade de Copenhague que nunca pensou em ter filhos e que hoje está morando em uma fazenda em Portugal casada com um suíço-alemão com quatro filhos e vivendo da terra.
Um português que viajou a américa latina e Amazônia brasileira acompanhado por um amigo italiano trocando comida e alimentação por música fazendo apresentações em bares e restaurantes nos interiores do país.
Um agrônomo Iraniano que escreveu um livro sobre desenvolvimento sustentável e resolveu morar na Inglaterra, deixando para o genro, um escocês, uma plantação de maçãs, peras e outras frutas.
Um padeiro vegano que faz parte de um movimento chamado Incredible Edible e que mora sozinho numa fazenda totalmente off-grid que ganha a vida montando painéis solares e turbinas eólicas em casas.
Um casal que foi vegetariano por 25 anos e criou três filhos nessa filosofia, mas que resolveu deixar de ser vegetariano para poder ser auto-sustentável, já que é muito difícil viver na Inglaterra totalmente do que se produz por conta do inverno e suas restrições.
Um polonês que já morou e trabalhou em diversas comunidades ao longo do leste europeu, incluindo Eslováquia e Grécia e que agora está casado na França com uma francesa que tem quatro filhos.
Um americano gay filhos de judeus ortodoxos cuja mãe tem problemas alimentares e pesa 16okg e já abalou as estruturas da casa, ex-vendedor de diamantes e que agora quer viver viajando pela Europa e se apaixonou por um nudista holandês.
Enfim, tantas outras não menos importantes e não menos interessantes que nos fazem pensa o porquê busca-se a homogeneidade, em especial àquela vendida pela mídia e pelas pessoas que estão no poder. Não faz sentido para nós perdermos o que nos faz único o que nos faz diferentes de todos os demais para nos tornarmos parecidos com todos, vestindo igual, tendo uma aparência semelhante ditada pela mídia, seja com barba ou sem barba, loira ou morena, magra anoréxica e infeliz, pois passa-se a vida inteira querendo ser algo que não é e quando me refiro a isso, excluo totalmente aqueles que querem mudar de gênero, pois nesse caso, eles são algo que não querem ser e por isso a necessidade de mudança.
Vivemos, portanto, em um paradoxo, pois temos todas as possibilidades de sermos quem nós queremos ser do jeito que a gente realmente é, mas que, ao mesmo tempo, somos incentivados a sermos iguais para sermos aceitos ou estarmos na moda. E isso é tão real que todos os dias vemos pessoas conhecidas ou não, que resolvem largar tudo e ir “viver”. Já não aguentam mais morar em cidades grandes, trabalhar oito horas por dia, passar horas no trânsito ou dentro dos transportes públicos para ter um emprego padrão e viver uma vida padrão.
O termo “zona de conforto” ao mesmo tempo que parece apropriado não se encaixa em vários casos já que muitas pessoas, no fundo, não estão se sentindo realmente confortáveis na realidade que escolheram para viver, mas que sentem medo de mudar ou pelo medo de dar errado e passar necessidade ou pelo medo da não-aceitação da sociedade.
Cada pessoa tem seu tempo para aceitar que algo dentro dela quer mudar e mais um tempo para começar o movimento da mudança e, assim que você fizer sua escolha muitos vão te questionar e te colocar contra a parede com perguntas sem fundamento ou que espelhem a falta de coragem dos que ainda não conseguiram mudar.
Se existe dentro de você uma pequena insatisfação em relação a sua realidade, mude e vá em direção aos seus sonhos, sem medo de sofrer, pois em algum momento você passará por algum tipo de situação desconfortável, mas que não será diferente da mesma vida que você leva hoje e que não é perfeita e te faz sofrer as vezes.

Aho!

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