Findhorn... Já havia escutado esse nome algumas vezes em minha
vida, especialmente quando se falava em comunidades alternativas e
espiritualidade. Quando decidimos fazer essa viagem, muitas pessoas nos
perguntavam, vai a Findhorn? E cada vez fomos chegando mais perto e minha
vontade de conhecer esse lugar foi ficando mais forte, até que uma amiga me
mandou o link, entrei, me apaixonei pela comunidade e pelos cursos oferecidos,
Coincidentemente bem na semana que tínhamos disponível estaria acontecendo um
festival de dança sagrada ( quem me conhece sabe o quanto gosto de dança....
Estava achando tudo muito incrível e sincrônico!) Até chegar a parte dos
preços... Foi a primeira decepção em relação a comunidade, que se dizia tão
alternativa, tão espiritual... Cheguei até a duvidar de todos aqueles
princípios maravilhosos e espirituais. Ainda mais agora que estamos numa viagem
totalmente lowbudget e essa é a piração do momento, como desfrutar e trocar
experiência baseando-se minimamente no dinheiro. ( inclusive uma das coisas que sabíamos sobre
eles era uma sustentabilidade econômica e, realmente estamos buscando novos
modelos econômicos que já funcionem, mas me parecia bem comercial...) Enfim o
chamado de conhecer a comunidade já era uma sementinha plantada há tempos em
meu coração... Fora que sou Brasileira e não desisto nunca, ;)
Mandamos um email solicitando uma bolsa para o curso
explicando todo o propósito da nossa viagem e nos disponibilizando a fazer trabalho
voluntário, não depender da acomodação deles, enfim, lançamos nossa intenção no universo...
A resposta veio alguns dias depois de uma forma nada positiva,
Eram muitos nãos... Eu não podia fazer
o curso, (pois não tinha feito a "Experience week",curso introdutório,
que custa outra fábula) , eles não
aceitavam trabalho voluntário como moeda de troca. Embora achassem nossa viagem
e propósito muito legal. Nos desejaram sorte e encaminharam para o departamento
de cursos introdutórios.


Fiquei de cara! Que bonito! Não acho que bonito não seria um
bom adjetivo, é estonteante, aqui eles se referem a Dramatics Scenaries and
breathtake. Sim! de tirar o Fôlego, Lindooooo especialmente a Ilha de Skye...
Com suas formações rochosas esplêndidas, milhares ( sim mais de mil...)
cachoeiras com águas transparentes, que
formam poços encantados com água azul esverdeada,

sol, ventooooo frio, casaco, sol, esquentava.... e
assim sucessivamente.... Resultado, muitos arco-íris! Acho que foram mais de 6
em dois dias.... e lindos!!!!!!
Só faltou vermos as auroras boreais, elas acontecem na escócia
mais no outono-inverno...
Mas enfim chegamos!
Teve início com uma família Alice e com seus três filhos e seu
marido e uma amiga Dorothy ( a única que continua viva) numa pequenina caravana.
Nunca teve a intenção de virar uma comunidade, tudo foi apenas acontecendo.
Existia um conceito espiritual muito forte de buscar a guiança
interna. Alice foi esse pilar, da quietude, de silenciar e escutar a intuição
essa guiança que ela chamava de "inner voice". Uma coisa que ficou
forte foi que eles nunca desconfiaram/ questionaram essa guiança... O marido
dela, com treinamento militar, trouxe a
disciplina e a ação, porém aliado ao conceito do amor. "Love in
action" Aqui abro um parênteses
Esse talvez foi a coisa que me pegou lá, pois durante o tour maya nos falou que
existem três maneiras de se fazer as coisas, uma com eficiência, ( e eu me
identifiquei demais com esse sempre quis fazer as coisas da maneira mais
eficiente possível, e sim tinha um ar de competitividade nisso....) ou fazer
por que tem de ser feito, mas sem a vontade, ou fazer com amor, com o maior
carinho do mundo. Fazer com Amor, acho que faltava esse toque do universo e
agora junto do 100% a eficiência deu lugar ao amor. ahh estou assim
aproveitando bem mais qualquer coisa que esteja fazendo! está uma delicia!
O
terceiro pilar trazido por Dorothy foi o da co-criação com a natureza, Escutar
a natureza e criar junto com ela, considerando ela como agente principal. o Que
foi incrível e tiveram resultados maravilhosos em um solo super arenoso eles
conseguiram crescer um jardim maravilhoso, que ficou famoso pelos repolhos
gigantes! Quando eles tinham qualquer
problema ou estavam indecisos entre as guianças internas o que eles faziam era
dar uma desacelerada no processo, permitindo que o universo tivesse também
tempo de trazer suas respostas e seus ritmos. Esse conceito de co-criação de
respeitar e criar um espaço para que o universo se manifeste. sair do tempo
racional da mente e entrar no tempo do coração do universo.
Mesmo sendo uma das comunidades mais antigas ainda não conseguem ser auto-suficientes, na
produção de alimentos e de recursos, tem muitos visitantes, tem o inverno
rigoroso, então a alternativa é pegar de comunidades, de cooperativas. Mas com
o budget limitado também não conseguem ser totalmente orgânicos. Economicamente,
embora já tenham sua própria moeda e criando um novo sistema/modelo econômico, notamos
muitas faltas e ainda dependem totalmente do dinheiro mundano. Contudo sempre
estão inovando em soluções para isso e tem uma das menores pegadas ecológicas.
Uma coisa interessante é que eles são bem realísticos, não se
trata de uma "ilha"estão a par e discutem todos os problemas com
todos é a temática e o desafio desse viver em comunidade dentro do mundão, e
mesmo lá na comunidade tem a fundação, a comunidade e uma comunidade dentro da
comunidade... e o mais engraçado que traz a tona os valores opostos é que os
vizinhos deles são a base aérea da Escócia. Tão engraçado um lugar que difunde
a paz ser vizinho do local mais bélico do país. Porém eles mantém uma excelente
relação e tem acordos no qual eles não voam durante os períodos de meditação e
avisam quando tem treinamentos ou ações.
Vale super a pena! Escutem o chamado de vocês!
Esse universo maravilhoso sempre conspira a favor de vcs! Ter presenciado isso de perto mudou a minha vida! Confesso que fiquei de cara no começo do relato com tantos nãos que vcs receberam... mas já passou rsrs
ResponderExcluirAh, lindos demais os lugares que vcs passaram! Xonei!
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